A alimentação saudável deve possibilitar crescimento e desenvolvimento adequados, otimizar o funcionamento de órgãos, sistemas e aparelhos e atuar na prevenção de doenças em curto e longo prazo (p. ex., anemia, obesidade e doenças crônicas não transmissíveis).
O leite materno é produzido especificamente para atender as necessidades nutricionais e afetivas da criança, pois protege a criança de doenças infecciosas e diarreias permitindo o desenvolvimento mais saudável do bebê. Além disso, o ato de amamentar representa a ocasião em que o bebê se encontra envolvido nas delícias do afeto da mãe, recebendo amor, carinho e proteção.Se o bebê estiver em aleitamento materno, não há necessidade de se utilizar água, chás ou quaisquer alimentos diversos até que se complete 6 meses de idade.Caso seja introduzido o leite artificial, pode-se iniciar a oferta de água nos intervalos das mamadas. Nesse caso também, inicia-se a oferta de outros alimentos a partir dos 4 meses de idade.
Idealmente o lactente até os seis meses deverá alimentar-se apenas de leite materno, mas se por algum motivo isso não é possível, pode-se utilizar as fórmulas lácteas (leite artificial).
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Lactente é a criança após os primeiros 28 dias de vida (recém-nascido) até completar o segundo ano de idade (24 meses). Que ainda mama nos seios.
O bebê deve mamar sob livre demanda, ou seja, todas as vezes que quiser, sem horários fixos ou determinados. Depois de ele esvaziar o primeiro peito, a mãe deve oferecer-lhe o segundo; o completo esvaziamento da mama assegura a manutenção do estímulo de produção do leite.
O tempo de esvaziamento da mama é variável para cada criança; alguns conseguem fazê-lo em poucos minutos e outros, em até 30 minutos.
Para retirar o bebê do peito, recomenda-se introduzir gentilmente o dedo mínimo no canto da sua boca; ele largará o peito, sem tracionar o mamilo.
Após a mamada, colocá-lo para arrotar.
Vale lembrar que o ritmo intestinal no primeiro ano de vida, sobretudo nos primeiros meses, é diferenciado. Nos primeiros meses, a criança pode evacuar todas as vezes que mama, devido à presença do reflexo gastrocólico, ou evacuar com intervalo muito longo, até de dias; isso é considerado normal, desde que as fezes estejam amolecidas, não apresentem rajas de sangue e o aumento de peso seja adequado. O ganho ponderal da criança deve ser acompanhado, mensalmente, para monitorar o seu crescimento.
O incentivo e apoio ao aleitamento materno deve ocorrer no pré-natal, sala de parto, alojamento conjunto e após a alta hospitalar, bem como nas unidades de alto risco que atendem o recém-nascido. Desde 1990, com o objetivo de desenvolver mecanismos e ações de proteção, promoção e apoio ao aleitamento materno, foram definidos os
“dez passos para o sucesso do aleitamento materno”,
descritos na Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC). Eles visam às modificações de rotinas hospitalares e à mobilização de profissionais de saúde envolvidos, direta ou indiretamente, nos cuidados da díade mãe e bebê:
1. Ter uma norma escrita sobre aleitamento, que deveria ser rotineiramente transmitida a toda a equipe de cuidados de saúde.
2. Treinar toda a equipe de saúde, capacitando-a para implementar essa norma.
3. Informar todas as gestantes sobre as vantagens e o manejo do aleitamento.
4. Ajudar as mães a iniciar o aleitamento na primeira meia hora após o nascimento.
5. Mostrar às mães como amamentar e manter a lactação, mesmo se vierem a ser separadas de seus filhos.
6. Não dar a recém-nascidos nenhum outro alimento ou bebida além do leite
materno, a não ser que tal procedimento seja indicado pelo médico.
7. Praticar o alojamento conjunto – permitir que mães e bebês permaneçam juntos – 24 horas por dia.
8. Encorajar o aleitamento sob livre demanda.
9. Não dar bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas ao seio.
10. Encorajar o estabelecimento de grupos de apoio ao aleitamento, para onde as mães deverão ser encaminhadas por ocasião da alta do hospital ou ambulatório.
Sinais de que a amamentação vai bem:
Mãe
Mãe parece estar saudável
Mãe relaxada e confortável
Sinais de vínculo entre a mãe e o bebê
Bebê
Bebê parece saudável
Bebê calmo e relaxado
Bebê procura o peito, se com fome
Mamas
Mama parece saudável
Sem dor ou desconforto
Mama apoiada com dedos longe
Posição do bebê
Cabeça e tronco do bebê alinhados
Corpo do bebê bem perto do corpo da mãe
Nádegas do bebê apoiadas
Nariz do bebê na altura do mamilo
Pega do bebê
Mais aréola acima da boca do bebê
Boca do bebê bem aberta
Lábio inferior virado para fora
Queixo do bebê toca a mama
Sucção
Sugadas lentas e profundas, com pausas
Bochecha redonda durante a mamada
Bebê solta o peito quando termina a mamada
Mãe apresenta sinais do reflexo da ocitocina
Sinais de possíveis dificuldades na amamentação:
Mãe
Mãe parece estar mal e deprimida
Mãe parece tensa ou desconfortável
Sem contato visual com o bebê
Bebê
Bebê parece sonolento ou doente
Bebê está impaciente ou chorando
Bebê não procura o peito
Mamas
Mama vermelha, inchada ou ferida
Mama ou mamilo dolorosos
Mama apoiada com os dedos na aréola do mamilo
Posição do bebê
Bebê com pescoço ou tronco torcidos
Bebê longe da mãe
Bebê apoiado pela cabeça ou costas somente
Nariz do bebê acima ou abaixo do mamilo
Pega do bebê
Mais aréola abaixo da boca do bebê
Bebê com boca pouco aberta
Lábios para frente ou para dentro
Queixo do bebê não toca a mama
Sucção
Sugadas rápidas
Esforço da bochecha durante a mamada
Mãe tira o bebê do peito
Mãe sem sinais do reflexo da ocitocina
Esquema para introdução dos alimentos complementares:
Até 6º mês: Leite materno exclusivo
6o a 24o mês: Leite materno complementado
6º mês: Papa de frutas e primeira papa salgada
7º a 8º mês: Segunda papa salgada
9º a 11º mês: Gradativamente, passar para a refeição da família com ajuste da consistência
12º mês: Comida da família
Fonte: Manual de Orientação Alimentar.
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